quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sono

É engraçado como o sono, ou a falta de, pode dizer muito sobre nós mesmos.
Uma vez eu ouvi que uma pessoa sem arrependimentos ou culpas, dorme tranquilo, sem pesadelos, insonia ou outros disturbio.

Isso que me preocupa, porque para uma noite decente de sono eu tenho que ingerir quantidades semi-letais de alcool, se não, lá vai eu ficar a madrugada em claro, com todos os pensamentos e lembraças me martelando a cabeça.

Eu fico lá, sentado na beira da cama olhando pro nada, esperando o sono vir, esperando a paz de espirito chegar, mas ela não vem.

Antes eu usava aquele ditado de que só me arrependo do que não fiz, realmente isso funcionava pra quem era adolescente. Hoje em dia as coisas se complicam, e muito. É estranho pensar que voce se arrepende de tentar ser feliz, de tentar fazer outra pessoa feliz, se sentir horrivel por não conseguir. E se sentir pior ainda pois voce enxerga que a pessoa não será feliz ao se lado, e como o monstro da história resolve liberta-la.

E se arrepende de um dia ter dito eu te amo, pra depois ter que dizer esqueça-me. Todos tem o direito de ser feliz, desde que não faça sofrer a outra pessoa, mas me diz como isso é possível?

Se você não está feliz, não por nada sabe, mas por sentir aquela pontada no coração, cada vez que pensa no futuro e vê que você por mais que tente não conseguirá fazer a pessoa feliz, por um tempo tudo é muito fácil, mas é na hora de abrir mão das coisas que a coisa pega.

E se arrepende de ter levantado aquele dia, aquele fatídico dia, onde você respirou fundo, pegou toda a coragem do seu ser, e a chamou para sair.

Se arrepende das horas e horas de conversas, de ver que não tinham nada em comum, mas poderiam dividir as experiências, e viver novas, únicas, que só duas pessoas tão diferentes poderiam passar.

Se arrepende de ter trocado olhares com ela, de trocar sorrisos, e-mails, confidências.

Se arrepende de um dia ter entrado na vida dela, e depois ter que pedir pra sair.

Se arrepende de viver.

Se arrepende.

E não consegue dormir. A noite cai mais uma vez, e você está solitário de novo. Enche o copo de gelo e Red Label, respira fundo e começa mais uma vez seu ritual.

As mãos começam a pesar e adormecer, logo o sono vem, você encosta a cabeça no travesseiro, uma lágrima molha a fronha, você da uma ultima respirada, e , finalmente adormece. Esperando não acordar mais um dia nesse inferno.

O despertador toca, e começa tudo de novo.

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Vende-se cama usada, quase não uso.

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